Ao eliminar os quilinhos extras, você também diminui as chances de desenvolver problemas cardíacos

É comum relacionar somente pessoas que estão muito acima do peso com o risco de desenvolver doenças. Porém, diversos estudos apontam que apenas alguns quilos fora do ideal já é motivo para alerta. Foi o que constatou uma pesquisa internacional feita com mais de 200 mil indivíduos e publicada na revista PLOS Medicine.

De acordo com os estudos, o aumento de apenas uma unidade do índice de massa corporal (IMC), o que equivale de 2kg a 6kg, dependendo da altura da pessoa, pode aumentar em até 20% a probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca. O número é alarmante, já que, atualmente, cerca de um quinto das mortes por problemas de saúde no Brasil são causadas por infarto.

Sobrepeso

O IMC é o método mais usado para quantificar e qualificar o peso das pessoas. Por meio de um cálculo que envolve peso e altura, é possível saber se o indivíduo está ou não dentro de um peso aceitável. Ele é importante, entre outras coisas, para prescrever medicamentos e adequar programas alimentares. Que a obesidade é fator de risco para problemas cardíacos não é novidade para ninguém, no entanto, a pesquisa destaca que não é preciso estar, necessariamente, obeso para estar na zona de risco, já que os resultados de 25 a 29,9 do IMC são caracterizados, apenas, como acima do peso.

Aqueles pontinhos a mais na balança chegam a passar despercebidos, mas é aí onde mora o perigo. Quem está na categoria de sobrepeso – isto é, nem no peso normal, nem obeso – já apresenta uma sobrecarga cardíaca. A cada quilo ganho, aumenta o risco de desenvolver problemas de saúde. Se a pessoa tem alguma alteração genética ou tendências a problemas cardíacos, o peso extra faz com que haja uma redução do fluxo sanguíneo para a área do coração. “Com isso, o ritmo de suficiência cardíaca diminui, devido a uma isquemia cardíaca maior, associado ao aumento do IMC”, afirma a endocrinologista Ana Cristina Belsito.

Outras doenças

Os riscos para a saúde ao passar para o valor de 25 do IMC não param por aí. Aumento da pressão arterial, colesterol e inflamações são outros problemas que, associados à idade, podem surgir. “Alguns indivíduos com mais idade já têm uma tendência à degeneração articular e o sobrepeso acelera a destruição da articulação, proporcionando dor e incapacidade funcional”, lembra ainda a especialista.

Alimentação e exercícios

Para se ter uma vida longa é fundamental que se evite qualquer tipo de complicações de saúde. Para tanto, não há uma fórmula mágica: é preciso cuidar do organismo. A maneira que cada um perde os quilos extras e mantém a boa forma pode variar, mas, com certeza, alimentação balanceada e prática de exercícios físicos são os principais fatores que colaboram para chegar ao peso desejado. Por interferirem diretamente na perda de peso, há uma queda do valor do IMC e, assim, é possível sair da zona de risco. “O grande segredo é prevenção e atividade física regular, que não pode ser negligenciada”, destaca o clínico geral Marco Aurélio Shame. E a hora para mudar os números é agora. Quanto antes se afastar do perigo mais longa e saudável a vida tende a ser.

Diabetes à vista

A mesma pesquisa sobre doenças cardíacas também apontou que o excesso de gordura pode, ainda, influenciar o desenvolvimento de diabetes tipo 2, que já é considerada uma epidemia mundial. Isso acontece porque os pesos extras seriam os responsáveis por elevar os níveis de insulina deficiente no organismo, isto é, incapaz de processar a glicose.

Como calcular

Para saber seu IMC é muito simples: divida seu peso, em quilogramas, pelo valor da sua altura, em metros, ao quadrado. O resultado indica a classificação.

TABELA DO IMC
Abaixo do peso menor que 18,5
Peso normal 18,6 a 24,9
Acima do peso 25 a 29,9
Obesidade grau 1 30 a 34,9
Obesidade grau II 35 a 39,9
Obesidade grau III 40 ou acima

Fonte: Cozinha Prática Emagreça com Saúde – Vol. 6 – Págs. 24 e 2

Aprovado por Dra. Ana Cristina Wolf do Centro de Nutrição Avançada