No mês de março celebramos a luta das mulheres por uma sociedade em que seus direitos sejam ampliados, respeitados e garantidos. Em meio a tantas e justas demandas, a saúde é um dos aspectos a serem considerados, sobretudo por conta das especificidades da mulher, que enfrenta diferentes fases ao longo da vida que requerem, todas elas, atenção especial.

A mulher passa por etapas bem demarcadas, pautadas pelas mudanças hormonais e pelo desenvolvimento de sua capacidade reprodutiva. Ao conhecer as necessidades de cada período, é possível destinar esforços para garantir longevidade, prevenir enfermidades, diagnosticar doenças de maneira precoce e obter mais qualidade de vida.

O primeiro marco do desenvolvimento feminino se dá entre os 10 e 15 anos, com a ocorrência da menstruação. É nesta idade que se iniciam as visitas ao ginecologista, pois, de acordo com o site Nossa Saúde, “neste momento é possível identificar alterações hormonais graves ou má-formação do aparelho reprodutor”.

Aos 20 anos a mulher está vivenciando sua plenitude sexual e reprodutiva. Uma das grandes preocupações dessa fase são as doenças sexualmente transmissíveis. Segundo o Nossa Saúde, “para se certificar de que está tudo bem, deve-se realizar os exames de rotina (sangue e papanicolau) uma vez ao ano. Além disso, a vacinação contra o HPV (Humam Papiloma Vírus) pode evitar que as mulheres contraiam o vírus, que é o principal responsável pelo câncer de colo de útero.”

Na fase específica da gestação, o corpo faz uma série de ajustes para receber o feto. Assim que a gravidez é detectada, exames de sangue e de ultrassom abdominal devem ser feitos para garantir a saúde tanto da mãe quanto do bebê.  “Gestantes costumam ter carência de ácido fólico (vitamina que evita defeitos na formação do cérebro e da espinha do bebê), cálcio e vitamina D (indispensáveis para a saúde óssea e dentária tanto do bebê, quanto da mãe), ferro (protege a mãe contra a anemia, que pode causar parto prematuro e baixa oxigenação e nutrição do feto) e zinco (fundamental para o ganho de peso do bebê). Essas deficiências são repostas por suplementos alimentares e pela alimentação – sem exageros”, afirma matéria da Veja sobre gravidez saudável. Independentemente da escolha por gerar ou não um filho, por volta dos 30 anos é importante o acompanhamento dos níveis de colesterol, triglicerídeos, hormônios e glicose.

Ao atingir os 40 anos, hormônios importantes para a saúde da mulher começam a sofrer alterações, como o estrógeno, a progesterona e a testosterona, tendo como consequências a diminuição do metabolismo e a perda de massa óssea, dentre outros aspectos que impactam sua saúde. A mamografia entra como exame de rotina, assim como a avaliação cardiológica.

Já no climatério, que marca o fim da etapa reprodutiva e geralmente começa aos 45 e pode se estender até os 55 anos, as mulheres precisam acompanhar de perto incidências de doenças como osteopenia e a osteoporose, ficando ainda mais atentas ao consumo de cálcio e de vitamina D. Nessa fase há alterações no sono, na libido e no humor, além das ondas de calor. A frequência ao ginecologista não deve diminuir porque a mulher parou de menstruar, tendo que fazer parte de sua rotina de cuidados.

A saúde da mulher idosa, ou seja, a partir dos 60 anos, requer atenção, pois nessa fase seu sistema imunológico não tem a mesma eficácia e a ocorrência de diversas doenças, como o câncer, é maior. No entanto, visitas periódicas ao médico aliadas a um estilo de vida saudável permitem viver a velhice com saúde e disposição.

Um aspecto muitas vezes negligenciado em todas as idades é a saúde mental. Na sociedade em que vivemos, mulheres são sobrecarregadas de diversas formas por conta da dupla jornada de trabalho, no emprego e em casa, e estão mais vulneráveis por terem menores salários e menos espaço nas decisões políticas, além de sofrerem violência física, sexual e psicológica. É por isso que, de acordo com o Ministério da Saúde, “identificar precocemente sintomas psíquicos e buscar acolhimento de saúde pode ser decisivo para que haja abordagem oportuna pelos profissionais de saúde”. Esses fatores psicossociais que atingem sobretudo o gênero feminino estão relacionados à incidência de depressão e de transtornos de ansiedade, insônia, estresse e alimentares.

 

Para além dos exames indicados para cada fase da vida, em todas elas é essencial trabalhar na chave da prevenção. E isso pode ser feito por meio de:

  • alimentação saudável
  • sono regular
  • atividade física
  • controle de peso
  • ingestão moderada de bebidas alcoólicas
  • ausência de tabagismo

“É importante se atentar para dieta e fazer sempre uma atividade física, isso começa na infância, que isso é o que vai prevenir algumas doenças quando ela chegar em uma idade maior. Vale lembrar que as principais causas de mortalidade na mulher são as doenças cardiovasculares, e prevenção é praticar atividade física e fazer vistas ao profissional de saúde para avaliação”, finaliza a médica ginecologista, Raquel Autran.

 

Fontes: Ministério da Saúde – “Saúde da mulher é mais do que cuidados ginecológicos” – 06 de Março/2020

Ministério da Saúde – “10 cuidados primordiais para a saúde da mulher” – 08 de Março/2018

Nossa Saúde – “Saúde da Mulher – Os cuidados para cada fase  da vida” – 22 de Fevereiro/2017

Revista Veja – “Onze passos para uma gravidez saudável” – 22 de Abril/2014

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