Ômega 3 para esportistas

Desde que, na década de 1970, cientistas norte-americanos observaram como a incidência de doenças cardiovasculares era menor em populações de esquimós que residiam no polo norte e tinham uma alimentação baseada em peixes ricos em Ômega 3, o nutriente é um dos mais indicados por nutricionistas e outros profissionais da saúde. Sua principal ação é o combate a processos inflamatórios, que originam diversas patologias. Muitos outros benefícios foram sendo creditados ao longo dos anos ao Ômega 3, entre eles a capacidade de oferecer vantagens a esportistas que vão da reparação tecidual ao maior volume dos músculos.

Como explica a nutricionista Cristiane Perroni em matéria para o Eu Atleta, do Globo Esporte, quem pratica atividade física deve estar atento à ingestão de alimentos corretos não apenas antes e durante o treino, mas também depois. O objetivo é que, na fase de recuperação energética do pós-treino, seja possível repor as reservas de glicogênio muscular e hepático, restituir perdas hidroeletrolíticas, minimizar o impacto negativo do esforço físico no sistema imunológico, obter reestruturação celular e acelerar a melhora muscular.

Os alimentos, que são os responsáveis por oferecer os objetivos descritos, devem ser consumidos em momentos diferentes após a finalização do exercício: logo depois da prática deve ser utilizado carboidrato de fácil absorção para repor os estoques de glicogênio e garantir padrão anabólico. Até duas horas depois do exercício é o momento das proteínas, que permitem a recuperação muscular e o reparo tecidual.

É aí que entra o Ômega 3 um lipídio da família das gorduras poli-insaturadas, que são as mais saudáveis. A única forma de obtê-lo é pela ingestão de alimentos ou de cápsulas, já que nosso organismo não é capaz de formar esse tipo de ácido graxo. O Ômega 3, de acordo com Cristiane, é essencial na recuperação muscular, pois possui ação antioxidante e diminui o processo inflamatório desencadeado na prática esportiva.

Outro benefício do Ômega 3 associado à prática esportiva está em sua capacidade de estimular a síntese de proteínas dos músculos, o que favorece o crescimento dessas estruturas. A observação é resultado de estudo publicado nos Estados Unidos com idosos, que mostrou que após oito semanas de suplementação diária de Ômega 3 houve aumento relevante na síntese proteica muscular, o que indica ainda o benefício de seu consumo para a prevenção de perda de massa muscular.

Uma última boa notícia para os esportistas de plantão é uma revisão publicada na Revista Brasileira de Nutrição Esportiva: ela aponta que o nutriente pode melhorar o desempenho do indivíduo, desde que corretamente suplementado, sobretudo em treinos de força e de resistência física. Parado ou em movimento, os estudos vêm apontando que o Ômega 3 é uma escolha certeira para uma boa saúde.

 

Fontes:

Globo Esporte – “Confira os 10 melhores alimentos para acelerar a recuperação pós-treino”

Globo Esporte – “Entenda como o ômega 3 atua no corpo de quem pratica exercícios”

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva – “Efeito do ácido graxo poli-insaturado Ômega 3 em praticantes de atividade física: uma revisão sistemática”

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